A Câmara Municipal de Teresina oficializou, nesta quarta-feira (04/06), a substituição da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), que estava afastada do cargo desde abril. Com o prazo de 60 dias esgotado, o suplente Leôndidas Júnior (também do PSB) assumiu a vaga. O afastamento ocorre enquanto Tatiana é investigada por suspeita de envolvimento com organização criminosa e por manter atividades políticas e pessoais mesmo durante a prisão.
De acordo com relatório da Polícia Federal, Tatiana utilizava, de forma clandestina, um iPhone 16 Pro Max e um tablet dentro do alojamento onde esteve reclusa, no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Piauí. A análise do material, apreendido no dia 20 de maio, revelou que a parlamentar teria feito pelo menos três chamadas de vídeo com Alandilson Cardoso Passos, detido em Minas Gerais e apontado como líder da facção Bonde dos 40.
Além dos contatos com o preso, a PF identificou mais de 1.500 mensagens trocadas com familiares, aliados políticos e advogados. O relatório também menciona compras online realizadas por Tatiana de dentro do QCG, incluindo a aquisição de um livro religioso e um pedido no valor de R$ 549,50 feito ao supermercado Pão de Açúcar, com entrega por meio de serviço voltado a reclusos.
Outro ponto curioso da investigação é uma pesquisa feita pela vereadora sobre passagens aéreas de Belo Horizonte (MG) para Teresina, datada de 27 de maio, sem retorno marcado. Embora não haja confirmação sobre o destino da passagem, a Polícia Federal monitora a possível ligação com Alandilson Passos, seu namorado, atualmente preso em Minas Gerais.
Tatiana foi alvo da segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, deflagrada em abril, e segue sendo investigada por suposto uso de recursos ilícitos — supostamente oriundos de facção criminosa — no financiamento de sua campanha de 2024. Atualmente, ela cumpre prisão domiciliar, autorizada pela Justiça Eleitoral.